quarta-feira, 30 de março de 2011

Gestão de Segurança empresarial

Gestão da segurança empresarial

A gestão da segurança é um tema complexo e que deve instigar seus operadores e os administradores de negócios para a sua exata posição no contexto empresarial, visando criar proteção para pessoas, bens, instalações e a continuidade dos negócios.

Quando se fala da gestão de segurança, logo nos vem a mente, os processos, os métodos, os conhecimentos e todos os insumos físicos voltados para a parte estrutural da atividade, não raro, nós esquecemos que tais objetos dependem da ação e do comportamento humano.

Esse comportamento, presentemente é o diferencial que permeia a atividade de segurança empresarial, e é o quesito mais observado pelas organizações, visando integração com outras políticas de gestão da empresa e a busca de um conceito de qualidade ambiental em recursos humanos.

Por outro lado, percebe-se com nitidez o aumento das agressões contra as empresas e os negócios. Fraudes, espionagem, cooptação de empregados, furtos e desvios, obtenção de informações para fins criminosos, supressão de dados e registros e tantos outros tipos de crimes que atacam as empresas, dos quais muitos ficam "escondidos" na empresa por vergonha, já que sua divulgação mostraria a risível condição de proteção da organização...

O gerenciamento da segurança empresarial possui marcas afirmativas no contexto de gestão, e impõe, quase sempre, uma postura antecipada de "cobrança comportamental e funcional", com o que, nem sempre, o conjunto de colaboradores está identificado. Isso traz antecipadamente, uma "perda" no conjunto de aproveitamento das relações interpessoais que intermediam todo o qualquer tipo de atividade humana na organização, já que muitas vezes, a imposição de normas e comportamentos não é bem vista, e quase sempre, não aceita, existindo daí a denominada "resistência passiva" onde o descumprimento ou a leniência com a segurança, levam seus gestores ao desespero.

Ocorre que esses fatos devem ter uma análise dentro da sua real situação, e serem contidos de forma inteligente, voltada para a superação da dificuldade e com resultados que permitam buscar novos aliados comprometidos com o conjunto segurança.

Algumas vezes, a razão para conflitos nesse campo está vinculada a forma como a atividade de segurança é desenvolvida dentro da empresa. Não raro, a atividade é apenas e tão somente cumprida de forma mecânica, como instrução técnica de um manual, sem que haja a compreensão e o aceitamento do grupo, ou seja, o processo de "comprometimento de equipe", acaba sendo claudicante quando o fator é segurança.

Por outro lado, não podemos esquecer que a segurança empresarial, quase sempre, aparece de forma reativa, ou seja, após o problema (furto,roubo,incêndio,seqüestro, intrusão no sistema informatizado, espionagem etc).

Isso gera um "desgaste" em função das pessoas perceberem que a segurança "vem depois" do problema enfrentado. O trabalho por mais técnico-científico que seja, tem nas pessoas, uma forte carga emotiva, e isso pode e deve ser trabalhado, buscando-se a ajuda especializada na estrutura interna ou quando inexistente, no mercado de serviços. Perguntemos qual a última vez que um empregado participou de um treinamento em segurança, ou ainda, se no meio de tantas comunicações verbais e/ou escritas e até digitais, quantas abordavam segurança numa visão que justificasse "o seu interesse...".

A gestão da segurança empresarial exige mudanças não só estruturais, físicas e tecnológicas, mas também novos hábitos, comportamentos e conhecimentos, e isso se dá através de um processo pedagógico, onde se busca não o fazer pelo fazer, mas o fazer pelo conhecer e pelo querer. O principal agente de mudanças na segurança é o destinatário dela, não o criador ou o desenvolvedor de novas técnicas ou métodos. Assim, os gestores de segurança, passam a ter um papel relevante, qual seja, o de educadores para mudanças, onde buscam sensibilizar e cooptar interesses e vontades para a segurança.

Os novos modelos de gerenciamento nas estruturas empresariais trazem a proposta de integração, de reunião, de equipe, de um conjunto de interesses que se somam, visando o interesse corporativo, única razão do negócio e da atividade econômica, e isso vai demandar dos profissionais de segurança empresarial, novas habilidades e saberes voltados para a construção de alianças, de parcerias que resultem num ambiente mais adequado de segurança, entendida essa como uma necessidade de cada um dentro da empresa, e não mais como uma, e mais uma obrigação ( a qual sempre podemos nos esquivar...).

Acrescente-se que a segurança pode fazer –se útil para todo o corpo da empresa, prestando-lhes serviço de orientação em sua área de atuação mesmo para uso na casa, na família, na vida e no lazer de seus colaboradores, e não apenas "na empresa" e "para a empresa".

Não basta conhecer apenas a tecnologia de segurança e seus mais recentes equipamentos, é preciso conhecer antes de tudo, o ser humano que nos cerca, e interagir com ele para a busca de resultados, compromete-lo com os resultados e assegurar que a segurança seja na verdade, uma parte de seu importante trabalho.

No ambiente competitivo do mercado, pessoas fazem diferença, e essa diferença pode estar no relacionamento e na participação que tem no conjunto de colaboradores e na busca de resultados eficientes, eficazes e efetivos.

Carlos Paiva, Gestor em segurança, professor e palestrante.

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