domingo, 22 de setembro de 2013

ESPIONAGEM: INIMIGO INVISÍVEL

       Nos últimos dias a revelação de que os Estados Unidos espionaram o governo e empresas brasileiras por meio da Agência Nacional de Segurança gerou um mal estar entre os dois países. Além da espionagem mencionada, existe outro tipo de ação bem mais perto do que você pode imaginar, que é a espionagem industrial.

       A Espionagem pode ser definida por uma ação de pessoas ou grupos, que no seu interesse ou interesse de terceiros, têm como objetivo obter informações confidenciais ou segredos comerciais sem a autorização dos detentores dessa informação, com fim de se alcançar certa vantagem econômica.

        Podendo ocorrer da seguinte forma: um espião para penetrar em instalações industriais ou empresariais, se passando  por um cliente, vendedor, fornecedor, visitante ou até mesmo por funcionários, ou ainda subornar funcionários da própria empresa, podendo conseguir informações em diversas áreas de desenvolvimento, pesquisas e estratégias da empresa no mercado.

       A tecnologia eletrônica alcançada coloca em risco todo o negócio de uma empresa, vejam algumas dessas ameaças; Sabotagem; Escuta telefônica; furto de documentos (relatórios financeiros, carteiras de clientes, metas de produção, lançamento de produtos no mercado, contratos, etc);Espionagem fotográfica;  Intrusão em redes; Interceptação de correspondências;Verificação de lixo ( principalmente dos escritórios ); Suborno, chantagem sobre funcionários.

       Nos dias de hoje a grande maioria das empresas do país não se preocupam e não estão preparadas para as principais ameaças que podem causar prejuízos inestimáveis. Uma das principais medidas é a mudança de cultura, é importante que a diretoria da empresa encare a espionagem Industrial é um fato real e faz parte das estratégias de concorrentes para atingir o objetivo comercial que nada mais é que a disputa entre concorrentes de mercado no mundo dos negócios.

Siderley Andrade de Lima : é consultor de segurança patrimonial.
siderleyandrade@yahoo.com.br 

 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Planejamento na segurança do Papa

                     "CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRIMEIRA MISSÃO DA SEGURANÇA DO PAPA"

*Vinícius  Domingues Cavalcante



Invariavelmente, uma operação de segurança como a de garantir um dignitário como o Papa, enquanto em sua permanência no Brasil (sobretudo numa conjuntura agravada pelos protestos de ordem político-social que vem ocorrendo no Rio de Janeiro) vai demandar um monte de reuniões de preparação e planejamento que vai envolver as Forças Armadas, Polícia Federal, Polícias Militar e Civil Estadual, Guarda Municipal, Bombeiros, Secretaria Municipal de Trânsito, Polícia Rodoviária e vai por aí...

 Nada é feito nas coxas e os profissionais envolvidos tem missões partilhadas de grande responsabilidade! No caso particular dessa visita do Papa, não há nada que não possamos fazer, missões das quais não consigamos nos desincumbir ou algo que fuja ou transcenda a capacidade de todo o nosso pessoal que, algum dia, já atuou em segurança de dignitários. É só "jogar o feijão com arroz", sem inventar, pois até os arroubos de banho de público do dignitário em questão já estão mais ou menos previstos. Normalmente isso ocorre em locais onde há paradas longas nos deslocamentos ou em locais onde haja muita concentração de público, por onde a autoridade vai se deslocar à pé. Nessas situações é de bom alvitre dispor de muita segurança velada, à paisana, espalhada no meio da multidão.

Eu imagino que se haja planejado muito a missão de segurança do curso da tarde dessa segunda-feira 22/07/13, mas a execução mostrou que certamente não houve coordenação entre as diversas instituições envolvidas. Como pode não termos visto efetivos do grupamento de trânsito da Guarda Municipal ao longo da via? Cadê os batedores que manteriam o corredor de deslocamento dos carros aberto? Eu só vi um círculo de motos da Polícia Rodoviária Federal, as quais não foram capazes sequer de escudar o carro da autoridade...

 Em segurança de dignitários os erros não são menos comuns do que em qualquer outra ação operacional de segurança, apenas, como nessa esfera de atividade os erros costumem ser muito mais caros, nós, os agentes de segurança dentre os quais eu me incluo, procuramos nos antecipar naquilo que pode dar errado. Nessas horas não há espaço pra estrelismos e tem de haver uma cooperação entre todos os grupamentos envolvidos. Todo mundo é importante com o seu conhecimento no âmbito de uma esfera específica...

 Acredito que o problema não foi apenas da execução local, para mim a segurança do comboio foi comprometida por erro nos outros círculos de segurança que deveriam ter sido pensados, dispostos ou melhor coordenados!

 Será que os batedores da Polícia Rodoviária Federal eram em número adequado? Eu canso de ver situações em que, num mesmo evento, conta com efetivos de batedores da PE, do BG, da PA da SP...

 Esses policiais rodoviários conhecem o Rio e estavam familiarizados com o itinerário?

Quantos estavam sendo usados contendo o trânsito à frente do comboio para proporcionar um corredor aberto por onde o corpo principal pudesse se deslocar?

Havia pessoal da coordenação dessa equipe móvel no centro de monitoramento da prefeitura?

 Havia uma coordenação local em helicóptero?

 Curiosamente eu não vi policiamento ostensivo da PM. Vi até policiais da Força Nacional (?) próximos do carro do Papa quando o bicho estava pegando, mas sinceramente, eu preferia que nossos anônimos e "menos preparados" efetivos de controle de trânsito tivessem sido capazes de manter um corredor aberto por onde o comboio pudesse se deslocar com mais celeridade...

 Tomara que esse problema, que Graças a Deus acabou sem maiores problemas haja sido realmente uma falha isolada, pois há muito mais trabalho nos próximos dias...

 E como, em geral, o trabalho de uma segurança pessoal só aparece quando erros são cometidos, eu preferiria que terminássemos essa Jornada da Mundial da Juventude sem que houvesse do que falar dos seguranças no Brasil. 
Vinícius  Domingues Cavalcante, CPP consultor de segurança, Diretor da ABSEG no Rio de Janeiro e membro do Conselho de Segurança da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Guerra irregular: O Brasil a beira do caos.!


 

   Os últimos acontecimentos despertam no país alguns assuntos que até pouco tempo atrás não havia muita preocupação. Manifestações bem orquestradas, inicialmente com lideranças bem articuladas e uma causa justa. Não vou entrar no mérito dos motivos e reivindicações, algo que tem chamado a atenção são os grupos organizados e aproveitam as manifestações para saquear lojas e confrontar a policia.   Em uma rápida pesquisa principalmente em SP, sem nos aprofundar em outros estados vejam o balanço:

 Ônibus apedrejados; próprios públicos pichados; Tentativa de invasão prefeitura de SP; tentativa de invasão no Palácio do Governo; Tentativa de invasão em Brasília; Lojas saqueadas;  policiais feridos;  Caos implantado nos horários de picos; transtorno a população não envolvida; Carros da imprensa queimado; Base da PM queimada;Guaritas da PM arrancadas do lugar; Incêndio a ônibus; Bandeira do país queimada;  Pessoas ligadas ao comunismo e anarquistas articulando algumas ações.

     Os protestos motivados pelo preço da passagem de ônibus espalhou-se rapidamente  pelas principais metrópoles brasileiras e atingiu uma repercussão jamais vista, o movimento já entrou para a história ultrapassando o número de pessoa das “diretas já” pedir o afastamento do cargo do presidente Fernando Collor de Melo.

    Os fatores causadores das manifestações além do aumento das passagens estavam as causas sociais, políticas, religiosas e omissão e falência das autoridades e políticos.
    O movimento do passe livre só foi o percussor, agora está surgindo inumeras manifestações, protestos, confrontos com a policia. Em todo país todos os dias é registrado algum tipo de protesto.

     Dentro do contexto, falando em soberania nacional, vejo que o maior inimigo do Brasil é interno, estamos em um guerra particular, a realidade somada a outros acontecimentos mostra que o país vive uma Guerra irregular, 50 mil homicídios por ano,  biopirataria, corrupção, facções criminosas que desafiam o governo, políticos que desafiam o supremo tribunal federal, ONGs na floresta Amazônia levando nossas riquezas, entre outros assuntos.  Segundo o Alessandro Visacro que é oficial das Forças Especiais do Exército Brasileiro “ ao longo do tempo, as guerras sofreram transformações e já não são mais as mesmas. Em vez da confrontação militar formal, o mundo vem assistindo a uma série de guerras irregulares, como terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência e conflitos assimétricos em geral. Concluiu o oficial.

        Estamos falando da segurança nacional, se não for  identificado corretamente as ameaças, os rumos que caminham os protestos poderá  causar transtornos e problemas irreversíveis.

  * Siderley Andrade de Lima, GCM de Jandira, exerceu a função de Supervisor responsável pela coordenação de cursos e treinamentos, ex-subcomandante. É consultor de segurança patrimonial, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos livros Manual Básico do Instrutor de Armamento e Tiro e Sobrevivência Policial no Confronto Armado.
siderleyandrade@yahoo.com.br


 

Siderley Lima, consultor de segurança.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Segurança pública e a corrupção

As políticas de Segurança Pública nos estados não conseguem mais conter os avanços da criminalidade, a violência se espalha e, no dia-a-dia, a estrutura de segurança pública tem sido incapaz de conter o avanço da criminalidade. Em todas as classes sociais as pessoas são vítimas diárias da bandidagem. O trabalho da polícia tem sido cada vez mais difícil para inibir os criminosos, a sensação de “enxugar gelo ” aumenta entre os agentes que aplicam as leis, com isso aumenta o número de profissionais corruptos e desmotivados. Entra governo sai governo e é sempre a mesma história, época de eleições e vários candidatos com propostas para a segurança pública. Enquanto isso a criminalidade cresce, mas então de quem é a culpa? Não queremos achar o culpado, e sim quem possa mostrar as soluções, mas quem irá apresentar a solução?
 
 Como base no texto a seguir, apresento alguns dos problemas relacionados com a segurança pública, o texto foi publicado há onze anos, o interessante é que parece tal atual, tirem suas conclusões."
O congresso diz que os Governadores precisam exercer sua autoridade para fazer as polícias Militar e Civil trabalharem em parceria. Governadores dizem que a criminalidade cairá se os grandes bandidos forem isolados em prisões mantidas pelo governo Federal. O governo federal diz que não pode administrar prisões porque o congresso não aprova lei nesse sentido. O congresso Nacional diz que o governo Federal não mobiliza sua bancada para tratar do assunto. O governo federal afirma que a responsabilidade maior é dos Governadores, pois são eles que têm a policia. Os governadores dizem que a policia deles prende, mas a Justiça solta. A Justiça alega que cumpre a lei . O Congresso diz que as leis não atrapalham tanto, o que faz a Justiça lenta é a má administração e a improdutividade. A Justiça diz que não é lenta, o que falta é contratar mais juízes. O governo Federal diz que a Justiça tem funcionários demais e alega que boa parte do seu tempo é gasta refazendo o trabalho da policia. " Revista Veja, em 30 de janeiro de 2002.
 
Dentro da segurança pública, temos uma atividade que se destaca algumas vezes positivamente pela sua atuação e na maioria das vezes todos os problemas relacionados com os índices de crimes são apontados como de sua responsabilidade. A atividade policial seja ela exercida pelas policias civis, militares e pelas GCMs é vista na maioria das vezes como um mal necessário, é criticada por muitos e reconhecida por poucos, o erro é duramente criticado, os acertos muitas vezes não são lembrados. Anda lado a lado com o êxito e o fracasso.
No combate a violência, depositam todos os problemas na atividade policial, rara as vezes que houve uma intervenção de suas origens, capaz de desenvolver um trabalho visando o desenvolvimento de uma cidade que melhore condições de segurança para a população. Em uma sociedade adoecida, devido ao crescimento da violência, no qual os problemas da criminalidade reúne diversos fatores sendo eles: psicológicos, sociais, econômicos, políticos e culturais, a atividade policial é como um remédio, um remédio forte que muita das vezes se não for aplicado de forma correta pode causar efeitos colaterais, o trabalho policial não faz parte do problema na segurança pública e sim parte da solução.
Infelizmente uma das características que serve de ingrediente nas estruturas criminosas é a corrupção, seja ela através do judiciário ( venda de sentenças), corrupção de policias, patrocínios de campanhas políticas, envolvimento de políticos com esquemas de desvio de verbas. O crime organizado possui conexões e ligações social, econômica e política, desta forma realizam a lavagem de dinheiro tornando suas praticas mais difíceis de combatê-las.
No combate a criminalidade, dentro das políticas de redução o trabalho de policiamento é considerado linha de frente, é semelhante a infantaria no campo de batalha, atividade policial seja ela exercida pelas policias civis, militares e pelas GCMs é vista na maioria das vezes como um mal necessário, é criticada por muitos e reconhecida por poucos, o erro é duramente criticado, os acertos muitas vezes não são lembrados. Dentro de todo o cenário uma verdade é certa, trabalho policial anda lado a lado com o êxito e o fracasso, existindo duas certeza : ou se aplica a lei ou se corrompe.
* Siderley Andrade de Lima, GCM de Jandira, exerceu a função de Supervisor responsável pela coordenação de cursos e treinamentos, ex-subcomandante. É consultor de segurança patrimonial, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor do livro Manual Básico do Instrutor de Armamento e Tiro.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Prevenção de perdas durante os grandes eventos

* Aureo Miraglia

O grande vetor da prevenção de perdas durante os grandes eventos que estão por ser realizados no Brasil, como a Copa das Confederações e Visita do Papa este ano, Copa do Mundo em 2014 e Olímpiadas em 2016, será não somente o grande numero e consequente acúmulo de visitantes brasileiros e estrangeiros nas cidades sede dos eventos, tanto em ambientes fechados como abertos, mas quais comportamentos podemos esperar que possam se transformar em riscos para os negócios e as pessoas locais. Riscos elevados sempre estarão presentes nos aeroportos, portos, estações rodoviárias e de trens, mas não podemos nos esquecer dos inúmeros hotéis, restaurantes, bares, lojas, shoppings centers, supermercados, padarias, farmácias, bem como, os profissionais que estarão em contato direto com estas massas de pessoas. Não importa se estamos falando de duas, seis, dez ou duzentas pessoas, a partir do momento que estão juntas seus comportamentos mudam e tendem a ser unidas, coordenadas, solidárias e principalmente contagiadas por quaisquer questões ou situações, agindo tanto para o bem, como para o mal, sempre visando a integridade de grupo. Tanto os riscos individuais como os coletivos estarão presentes em se tratando de um grupo de pessoas. Questões básicas de falta de atendimento às necessidades destes públicos podem gerar grandes frustrações e desencadear muitas reações negativas que poderão ser sentidas de forma imediata, ou posteriormente fora das zonas de controle da situação, fazendo com que estes busquem suas compensações psicológicas ou financeiras em outros lugares e de outra forma. Visitantes estrangeiros, principalmente torcidas organizadas, tendem a transferir suas percepções negativas iniciais para todas as demais situações que se envolvam, mesmo as menores e mais comuns, desenvolvendo antipatias e impaciências que tendem só a aumentar durante todo o período da viagem. Ou seja, problemas nos aeroportos poderão ser sentidos nos hotéis; problemas sentidos nos hotéis poderão ser sentidos nos restaurantes; problemas nos estádios poderão ser sentidos nas ruas, etc. É muito mais difícil lidar com grupos de vinte, trinta ou quarenta pessoas entrando em um shopping center ou supermercado do que pode parecer num primeiro momento. Grupos se manifestam e se comunicam o tempo todo fazendo muito barulho e intimidando as pessoas comuns por onde passam, principalmente durante os dias dos jogos, tentando extravasar suas emoções. Nos casos de torcedores que estarão hospedados em uma cidade sede, que tenham a necessidade de se deslocar para outra por causa de um jogo de seu time e que voltarão no mesmo dia, é comum que se sintam mais a vontade para exagerar sabendo que irão embora logo depois, deixando o problema para trás. Deverá ser comum confusões com grupos pelo uso de banheiros, por discordância da conta, ou mesmo, por saírem sem pagar de bares que ainda não exijam pagamento antecipado e entrega do pedido mediante apresentação de recibo do caixa. Mal entendidos pelo idioma ou por costumes também devem ser previstos por todos os prestadores de serviços que possam vir a ter contato com estes grupos de visitantes estrangeiros. Conflitos entre torcidas organizadas estrangeiras com histórico de violência estão dentre os riscos elencados pelas autoridades de segurança pública. Antes de julgarmos estas torcidas estrangeiras temos que nos lembrar de que nós brasileiros, infelizmente também não temos nos comportado bem em muitos episódios recentes, sem falar da violência que estamos presenciando em crescente escalada, que pode gerar reações exageradas até por causa de medo. Assim sendo, conforme já discutimos em outros artigos, fica evidenciada a necessidade de grande demonstração de monitoramento, controle e pronta resposta em todos os ambientes onde exista grande concentração de pessoas e grupos organizados. É sabido que as autoridades estarão utilizando todo seu efetivo de segurança para atender as Arenas diretamente e suas áreas próximas, bem como, organizar e dar apoio no trânsito de veículos e pessoas em grandes trajetos relacionados aos eventos, podendo assim, haver falhas no policiamento ostensivo e na pronta resposta em locais distantes destes cenários esportivos. Cabe aos prestadores de serviços e comerciantes prepararem seus estabelecimentos, instalarem equipamentos de segurança e treinarem seus funcionários para lidarem com situações que possam ser previstas e evitadas. Pessoas que falem inglês e que já tenham viajado ao exterior podem contribuir significativamente na comunicação assertiva e preventiva nos diversos pontos de atendimento e concentração de pessoas estrangeiras. Todos gostam de ser bem atendidos e tratados com educação, se assim nos apresentarmos prontamente e juntarmos um pouco de bom humor, poderemos cativar corações e movermos montanhas antes intransponíveis. Contudo, vale salientar que serenidade, retidão e demonstração de controle não podem faltar em nenhuma situação, com o risco de não sermos levados a sério. Exageros podem ser considerados como atos ofensivos, assim sendo, sempre são bons o equilíbrio e o bom senso estarem presentes em todas as medidas preventivas, bem como, não deixarmos para a última hora o planejamento e a contratação dos serviços de segurança e outros recursos técnicos. Pior do que a falta de segurança é a falsa sensação de segurança.
 
Aureo Miraglia : Consultor Senior em Segurança.
Fonte: http://aureomiraglia.wordpress.com/
 

sexta-feira, 15 de março de 2013

A segurança durante um evento

           
Infelizmente em segurança aprendemos com os erros dos outros, o Brasil agora é um exemplo de como transformar um evento em tragédia.” 
Devido ao novo cenário, a transformação no qual estamos acompanhando é impossível comparar a 1ª vez em que o Brasil organizou a Copa do Mundo e nos dias atuais. O crescimento econômico do país, as transformações, a cultura, costumes, enfim o cenário é completamente diferente, já se passaram 60 anos, os desafios agora são outros muito maiores entre eles estão : Investimentos em infra-estrutura e construção dos estádios;investimento em infra-estrutura urbana; rede de hotelaria; geração de empregos diretos e indiretos; Oportunidades para desenvolvimento de novos negócios.
Dentro do desenvolvimento de novos negócios, podemos destacar o segmento de segurança privada, com toda a certeza terá muito trabalho, a segurança durante o evento será de responsabilidade da esfera federal, estadual e municipal, porém em muitas ocasiões como, por exemplo, durante as partidas, a segurança pública será integrada com a privada. Sem contar depois das partidas, durante todos os dias, por exemplo, a escolta de executivos? No hotel? Nos deslocamentos? Trabalho que não é de responsabilidade das autoridades, é então que entra o papel do profissional de segurança privada, neste contexto ficam as perguntas: Será que o gestor de segurança está preparado? Ou melhor, será que está se preparando?
Da mesma maneira que algumas cidades nem se quer começaram a se preparar, assim também tem sido com a maioria dos profissionais de segurança que estão inertes. Temos uma grande oportunidade de provar que a segurança privada também pode contribuir para a segurança de todos, sendo uma extensão da segurança pública.
Se por um lado o mercado está com grandes expectativas, não podemos esquecer o ocorrido no dia 27/01/13 que será lembrado por muito tempo na história de tragédias no Brasil. A Boate que pegou fogo em Santa Maria provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência, a utilização de fogos de artifício (pirotécnico), os seguranças despreparados e sem rádios de comunicação não autorizaram a saída das pessoas, falta de luz e saídas de emergência, uma sequencia de falhas não poderia ser pior, o resultado 239 pessoas mortas e outras tantas socorridas e internadas.
 Lamentável a perda de tantas pessoas que estavam se divertindo, triste realidade na qual iremos aprender com um desastre de tamanha proporção. Agora muitas autoridades irão fazer discursos de que é necessário criar leis, endurecer a fiscalização, criar procedimentos. Enfim entre outras mudanças no que diz respeito a segurança de eventos, principalmente agora que o país será vitrine de eventos que irão acontecer.
Já sabendo da realidade na qual muitos eventos não oferecem segurança adequada a Polícia Federal antes da tragédia criou há dois mês o Curso de Extensão em Segurança para Grandes Eventos, como forma de qualificar e especializar os vigilantes para atuação nos locais onde haja grande concentração de pessoas, principalmente nos estádios de futebol, a exemplo da Copa das Confederações de 2013 e Copa do Mundo de 2014, conforme modelo padrão da FIFA, que prevê a utilização de segurança privada nos eventos esportivos de forma integrada aos órgãos de segurança pública. Porém ainda é muito pouco, infelizmente em segurança aprendemos com os erros dos outros, o Brasil agora é um exemplo de como transformar um evento em tragédia.
Ao ser contratado para fazer a segurança de um evento ou ao escolher um lugar, fiscalize se as normas de segurança estão em dia, se há um alvará de funcionamento. Procure uma equipe composta por profissionais. Fábio lembra que como a fiscalização no país é falha, muitos espaços estão em desacordo com o que reza a norma e colocam inocentes em perigo.
“Que esta tragédia sirva de alerta para aqueles que estão no mercado se fazendo passar por pessoas sérias e para aqueles que encaram a profissão de eventos como diversão. Quer fazer uma festa brincando? Faça em casa para sua família e amigos. Não coloque em risco a vida de terceiros!”(trecho do texto postado pelo coordenador da Estácio BH, Fábio Pessoa, no Facebook, dia posterior ao acidente em Santa Maria).
O que nos chama a atenção e que além dos hofotes para Copa do mundo e Olimpíadas no Brasil, o destaque é a capital de São Paulo que realiza 90 mil eventos por ano, que geram:
  • Um evento a cada 6 minutos
  • 120 das 176 grandes feiras do Brasil
  • Cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos
  • Uma feira de negócios a cada três dias
  • 75% do mercado brasileiro de feiras de negócios
  • R$ 2,9 bilhões de receita ao ano com eventos
  • US$ 1,7 bilhões de receita ano, dos quais US$ 424,2 milhões em locação de área para exposições
  • US$ 424,2 milhões em serviços nos pavilhões
  • US$ 850 milhões em viagens, hospedagem, alimentação, transporte e compras
  • Cerca de 2,54 milhões de m2 em grandes espaços para realização de eventos, além de centenas de locais menores.
  • Só o Anhembi tem em torno de 400 mil m2 - é o maior complexo de eventos da América Latina
  • Movimenta 35 mil empresas expositoras
  • Circulam pelos eventos 4 milhões de pessoas, entre profissionais e compradores, sendo 45 mil compradores estrangeiros.
  • Os setores que mais realizam feiras, reuniões e eventos na cidade são, pela ordem médico, científico, tecnológico, industrial e educacional.
Ranking de eventos na cidade de São Paulo
Em público total*
  • Virada Cultural – 4 milhões (2010)
  • Parada GLBT – 3 milhões (2010)
  • Réveillon na Paulista – 2,4 milhões
  • Bienal do Livro – 740 mil (2010)**
  • Salão do Automóvel – 610 mil (2008)**
  • Bienal Internacional de Arte de São Paulo – 535 mil (2008)**
  • Salão Duas Rodas – 240 mil (2009)**
  • Mostra Internacional de Cinema – 200 mil (2009)
  • GP Brasil de Fórmula 1 – 140 mil (2009)
  • Carnaval (sambódromo) – 110 mil (2010)
  • SP Fashion Week – 100 mil (Jan/2010)
  • Hospitalar – 89 mil (2010)
  • Couromoda – 65 mil (2010)
  • Adventure Sports Fair – 61 mil (2009)
  • Francal – 60 mil (2010)
  • Equipotel – 50 mil (2009)
  • Fenatran – 48 mil (2009)**
  • Fórmula Indy – 40 mil
*(Números informados pela organização do evento).
**Acontece somente a cada dois anos.
Fonte: http://www.visitesaopaulo.com/dados-da-cidade.asp)

Segue algumas dicas para o gestor responsável pela segurança de um evento :
Não podemos esquecer que em um evento a segurança é um fator essencial no planejamento, por isso todos os itens relacionados com a segurança devem ser checados para que ninguém presente corra riscos, a proteção do público e também da área e de responsabilidade o gestor de segurança ou da empresa contratada;
- Todos os profissionais envolvidos deve saber que um evento precisa ser planejado com antecedência;
- Ao definir a equipe de segurança, é essencial checar as referencias dos profissionais que serão contratados;
- A equipe de segurança deve estar preparada e treinada para lidar com o público-alvo do evento;
- os seguranças devem saber exatamente como devem se portar diante das mais adversas situações, agindo conforme as instruções passadas por você e sempre respeitando as normas de cada evento;
- Uma boa equipe de seguranças deve estar preparada para atuar sob várias circunstâncias;
- O treinamento dos seguranças é fundamental , de modo que eles saibam como agir civilizadamente e sem exageros, mesmo quando houver alguém descontrolado e que ameace os outros participantes do evento;
Outro detalhe importantíssimo a daquele estereótipo do segurança, um homem enorme e forte com cara de mal é a primeira é coisa do passado . utilizando o slogan da Empresa Marconi&Associados “ Segurança não é força é estratégia” resume muito bem nossa realidade, o treinamento do profissional é ferramenta crucial no bom andamento do evento, o segurança deve estar preparado não só para situações como a remoção de pessoas à força, mas também para fornecer informações para quem chega ao local, entre outras funções. Há até casos em que os seguranças podem auxiliar em primeiros socorros, se alguém desmaiar no evento, por exemplo.
Finalizando o assunto a segurança em eventos também consiste em vários detalhes, como a infraestrutura do local escolhido para sediar o evento em questão.Você deve informar e se for o caso não pode permitir que o cliente faça um evento em um lugar que não tenha capacidade para comportar o número de pessoas estimadas ou que o lugar funcione irregularmente devido a falhas na parte elétrica, na arquitetura do local ou qualquer outro problema que coloque em risco a vida das pessoas.

Siderley Limaé consultor de segurança, formado em Gestão de Segurança, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, colaborador do CONSEG Alphaville. colunista do jornal Viva Cidade,Possui artigos publicados no Jornal da Segurança, Revista Security, Revista Blindagem& Segurança e Revista Segurança & Cia de circulação nacional; Idealizador do  blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança; Palestrante, Proprietário da CS3 Consultoria e Assessoria em Segurança patrimonial; coordenador do curso de formação de instrutor de armamento e tiro. Autor do Livro “ Manual Básico do Instrutor de Armamento e tiro.

siderleyandrade@yahoo.com.br.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Análise da Segurança privada- Gestão 2012

Por: Teanes Carlos Santos Silva

 
Os profissionais costumam não criticar as ocorrências, especialmente, quando não foi possível interagir diretamente no local, porém, tem uma corrente que entende que alguns roubos às bases de empresas especializadas na segurança privada, ocorreram por falha de procedimentos, combinado com falha de tecnologia. Da mesma forma, os roubos em tomadores desses serviços. Estes roubos são recorrentes nos finais de semana, feriados e nos turnos noturnos, justamente em períodos com menor poder ofensivo e defensivo, haja vista ter efetivo e contingências menores.

Qual seria, então, a direção ou remodelagem estratégica?
Qual o papel da gestão de segurança empresarial nesse enfoque?

Normalmente as falhas nos protocolos, nas ações ou na tecnologia, podem e devem ser detectadas nos treinamentos e simulados, e dessa forma corrigido. Tudo pronto? Não, este ciclo deve ser repetido quantas vezes forem necessárias, e é claro, conforme metodologia estabelecida previamente pelo gestor responsável.

Mas, não ocorrendo o treinamento adequado e simulado, resta ao executor decidir na hora, a melhor coisa fazer. Daí ganha força a questão: Fazer a coisa certa ou seguir o protocolo, procedimento, instrução de trabalho, manual de segurança, entre outros processos?

Suposição: Caso um vigilante chegasse à portaria, rendido e sendo ameaçado de morte, a porta deve se aberta? E se ao invés do vigilante, for o gerente de RH ou diretor de operações, a porta será aberta?

As tecnologias estão aí, para agregar, é verdade, porém a um custo e estratégia que devem ser melhor analisados. Sabe-se que, tecnicamente, tecnologia e homen devem correr paralelamente, porém, o que se vê, é o avanço da tecnologia x redução do homem.

Em um shopping de São Paulo, isto foi percebido pós-roubo. No decorrer das análises, constatou-se a existência de grande volume de câmeras, centrais de alarmes, entre outros, em uma célula não blindada; no entanto, pequenos números de operadores e pior, sem o treinamento adequado, razão pela qual, houve demora em gerar os alertas necessários.

Situação semelhante ocorreu em uma grande operadora logística, instalada na zona oeste Paulistana, onde as forças físicas eram incompatíveis com o número de docas, portarias, acessos internos e volume de pessoas envolvidas nas operações e circulando internamente. Esta foi a razão de uma abordagem fora de tempo e mal sucedida. Dada a corrida que fez, em função da distância e buscando ser ágil, o vigilante abordou as pessoas na doca errada e consequentemente no veículo errado, perdendo assim a oportunidade do flagrante, visualizado pelo operador do CFTV; e pior, demonstrou a fragilidade da segurança, gerando insegurança e instabilidade interna.


Claro que os profissionais têm buscado o conhecimento por meio de workshops, congressos, conferências, encontros, entre outras modalidades, mas:

1) Como foi avaliado o conteúdo e expertise do docente?

2) Houve avaliação antes da participação e pós-participação ao evento?

3) Estes eventos realmente trazem ganho de conhecimento?

4) O conteúdo do evento está dentro do planejamento de desenvolvimento profissional ou a participação é por modismo?

5) O aprendizado foi compartilhado com a equipe e disseminado em treinamentos dentro da empresa?

No campo acadêmico, entendo que nos cursos de Administração, deve existir uma grade abordando o tema como área de conhecimento (“Segurança Empresarial”) e, diante disso, desmistificar essa área e esclarecer o seu papel e a sua importância dentro contexto do negócio ou ambiente empresarial.

Do mesmo modo, nos cursos de especialização, como Pós Graduação e MBA, deve ser inserida uma grade sobre Segurança Empresarial.

Nessa grade, recomendo conter, no mínimo, os temas sobre Gestão de Riscos, Continuidade de Negócios, Prevenção de Perdas, Regulação e normatização do setor, Governança, Compliance e, especialmente, as características e competências do administrador de Segurança Privada e certificações do mercado disponíveis a este profissional.

A gestão de segurança empresarial deve alinhar e integrar continuamente processos, pessoas, tecnologias, treinamentos e auditorias, visando a mitigação permanente dos riscos, prevenção de perdas e continuidade do negócio.

Nessa linha, vejam que exemplos interessantes:

1) Uma operadora logística com matriz em São Paulo-SP, de alcance Nacional, tem um manual de segurança corporativo. Contudo, cada unidade faz do seu jeito e vivem tentado inventar a roda. As lições não são compartilhadas e, com isso, as soluções demoram a chegar. Dessa forma, não se sabe se as falhas são realmente corrigidas e se há prevenção.

2) Em outro caso, com base no Estado do RJ, uma operadora logística, também com abrangência Nacional, não tem manual de segurança corporativo, as unidades não trocam informações e experiências; contudo, existe uma estatística que demonstra baixa ocorrência de furto, roubo, desvios e perdas.

3) Ainda na área de operação logística, outra operadora com filiais pelo Brasil, tem manual de segurança corporativo e todas as filias são auditadas, evidenciando o cumprimento; porém, apresenta estatísticas que demonstram taxas altas de roubos, furtos, desvios internos e perdas.

Atuar com segurança empresarial, corporativamente ou localmente, deve ser uma decisão de planejamento estratégico da alta direção, visando a integração com governança, gestão de riscos e compliance, em busca de bons resultados e sustentabilidade do negócio.

Diante do exposto acima, reitero a necessidade de tomarmos uma ação no tema “Normatização do Setor”; isto é, devemos buscar junto ao órgão competente, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, a criação de uma norma, de forma a termos parâmetros mínimos aceitáveis de proteção e gestão de segurança empresarial. Obviamente que não é um trabalho fácil e simples, contudo, necessário, pertinente e relevante na busca de uma valorização do segmento. Claro que em termos de Regulação de atividade, o estatuto da segurança privada, que está no forno, fará seu papel. Aqui vejo alguns caminhos:

1)    Como primeiro passo, e através de associações e sindicatos (seja do patronal ou do empregador), em uma espécie de força tarefa, elaborar guias com requisitos e diretrizes;

2)    ) No segundo passo, com apoio ou norteado por órgão competente, a ABNT, criar uma Norma de diretrizes, sem fins de certificação, cujo objetivo será fornecer as orientações para todos os tipos de organizações, independentemente do porte, tipo de negócio ou localização, criando assim o SGSE - Sistema de Gestão de Segurança Empresarial, inserindo no contexto da empresa esta cultura;
3) No segundo passo, cria-se uma Norma estruturada em requisitos verificáveis, visando a auditoria de terceira parte;
4) Também é uma alternativa, a construção de ambas paralelamente e simultaneamente;

Obviamente que as normas como Segurança na Cadeia Logística, Gestão de Riscos, Continuidade de Negócios, Segurança da Informação, técnicas consagradas de Prevenção de Perdas, entre outras, devem ser referenciadas e alguns temas totalmente considerados.

Falando em normatização, não posso deixar de mencionar os lançamentos de normas, como:

1.   ABNT NBR ISO/IEC 31010:2012, Gestão de Riscos – Técnicas para o processo de avaliação de riscos, norma válida desde maio/2012;

2.   ABNT NBR 16001:2012, Responsabilidade Social – Sistema de Gestão, Requisitos, norma válida desde agosto/2012;

3.   Adicionado em 17/10/2012, para consulta nacional, o Projeto 97:000.00-004/1 - Sistemas de gestão de segurança para a cadeia logística - Guia para implantação da ABNT NBR ISO 28000 - Parte 1: Princípios gerais, referente ao ABNT/CEE-97 Gestão de Segurança para Cadeia Logística;

4.   ABNT NBR ISO/IEC 27007:2012, Diretrizes para Auditoria de Sistemas de Gestão da Segurança da Informação, válida desde Julho/2012;

5.   ABNT NBR ISO/IEC 27005:2011, Gestão de Riscos de Segurança da Informação, válida desde dezembro/2011;

6.   ABNT NBR ISO 21500:2012, Orientações para Gerenciamento de Projetos, válida desde outubro/2012.


As normas, desde que bem utilizadas, norteiam os caminhos dos gestores na busca de práticas e métodos, visando implantar um sistema de gestão moderno e usual.

A mídia segmentada deveria ser premiada, e da mesma forma premiar os melhores artigos e melhores trabalhos acadêmicos; e igual tarefa deve ter as entidades associativas do gestor de Segurança.

Alguns livros foram publicados, tanto para segurança da informação quanto gestão de segurança e gestão de riscos; contudo, não são apontados pelos meios de comunicação e divulgação do setor os mais vendidos ou os mais lidos. Aliás, quem se interessa por isso?

Falar em apontar é pensar em ranque, que na segurança privada é tema raro de se ver. Entendo que se devem ranquear as melhores empresas e categorizá-las, de forma que o usuário desses serviços tenha um parâmetro, igualmente como ocorre em outros segmentos de negócios.

Vimos também que o transporte de cargas valiosas evoluiu, no sentido de mitigar riscos, passando a utilizar veículos blindados com alta tecnologia embarcada, para transportar desde remédios até obras de arte, entre outros materiais de alto valor agregado, a custos acessíveis e compatíveis, comparativamente à utilização de veículo comum com escolta e demais aparatos tecnológicos.

Portanto, é necessário planejar a segurança privada, para que não haja desmantelamento, a exemplo dos estacionamentos; ou seja, apesar da frota de veículos ter dobrado nos últimos 10 anos o número de vagas não acompanhou o crescimento e está longe disso. Aliás, está longe de ter uma solução amigável e, dessa forma, fica claro, que o setor não percebeu a movimentação e tendência do próprio negócio.

Embora o CRA tenha admitido os tecnólogos, concluintes dos cursos de gestão de segurança empresarial, entre outros, não há notícias e indicativos de fiscalização sobre o exercício da profissão de “Administrador de Segurança Privada”.

O movimento de aculturamento de Security é lento e tímido em termos de Brasil, especialmente no que diz respeito ao apoio da alta gestão. Assim, e nesse sentido, qual é o motivo para a falta de apoio?

Na
segurança da informação, os assuntos evoluíram, principalmente a gestão de riscos em TIC, onde alguns temas são vedetes e necessitam de entendimento e atenção do gestor de Security, tais como Cloud, Mobile, Redes Sociais e Consumerização, visando contribuir na mitigação dos riscos enfrentados pelas organizações.

No campo da Responsabilidade Social Empresarial, pouco se vê em termos de participação significativa da Segurança; e, como exemplo dessa falta de posicionamento, temos no mercado, prestadores que não pagam horas extras, descontam os uniformes que desgastam em função da atividade e da má qualidade, e ainda cobram do vigilante o valor da reciclagem. Bem como, descontam o dia destinado ao curso e atrasam o pagamento da FT. Porém, o paradoxo é interessante, pois alguns têm declarado nos valores o seguinte: respeito às pessoas, valorização do desenvolvimento pessoal e profissional, transparência, honestidade, seriedade e etc.

Tratando a matéria prima (vigilantes) dessa forma, como esperar que o segmento seja considerado sustentável?

No ramo de escolta armada, em terras do nosso Brasil, o que se percebe é um trabalho feito com viaturas inadequadas e até mesmo velhas que, somado a alguns casos específicos de alta periculosidade em determinadas localidades, o risco a que os vigilantes são expostos é desumano. A fiscalização quase não acontece durante a escolta e o número de denúncias recebidas pelas empresas contratantes e órgãos de fiscalização é baixo. Afinal, todos precisam trabalhar.

Sou militante e defensor da utilização de profissional dedicado à gestão de segurança empresarial nas corporações. Contudo, o que se oberva é o profissional de facilites e segurança do trabalho desenvolvendo (e até mesmo coordenando) atividades de security com a maior naturalidade; e, também, há casos de terceirização pelas empresas de vigilância e consultoria.

Vejo algumas questões preocupantes nesse modelo adotado:

1.   Como fica a questão da imparcialidade diante da fiscalização, investigação e auditoria, frente aos serviços prestados?

2.   Como fica o desvio de função do técnico de segurança do trabalho?

3.   Como fica o desempenho e especialização do profissional que desenvolve muitas atividades, dentro de uma área sensível como a segurança empresarial?

4.   Será que a atuação de profissionais não dedicados está limitada apenas à segurança patrimonial (vigilância)? Caso positivo, quem cuida dos demais braços da segurança empresarial?


No campo dos cursos de formação, como está sendo avaliada a qualidade deles e quem os tem avaliado, dentro de um ponto de vista imparcial? Questiono, pois, com a falta de mão de obra, o mercado está recebendo novos vigilantes com baixa formação.

Este artigo foi concebido para auxiliar na análise retrospectiva da gestão da Segurança Privada em 2012. E observo que foi um desafio interessante, tendo em vista que o ano foi repleto de desgraças com os atentados à Segurança Pública, que ceifaram a vida de policiais e elevaram a sensação de insegurança das pessoas. Mas, estejam certos de que este assunto também faz parte desta retrospectiva, pois este tipo de crime e a insegurança estão, também, às portas da Segurança Privada. Assim, julgo, particularmente, que foi necessária a ênfase imposta a alguns dos temas aqui abordados, e que entendo como molas propulsoras e elos de uma corrente, para a sustentabilidade da Segurança Empresarial, frente as incertezas da Segurança Pública, o avanço da criminalidade e a qualificação e valorização dos profissionais da nossa área.


Teanes Carlos Santos Silva, gestor de Segurança Empresarial
Fonte: http://www.de-seguranca.com.br/index.php/artigos/gestao-de-riscos/seguranca-privada/770-analise-da-seguranca-privada-gestao-2012

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Veículos blindados: Luxo ou necessidade ?


Veículos Blindados: Luxo ou Necessidade?

                                                                                                                      *Siderley Lima



               Com o avanço da criminalidade, a cada dia nos tornamos alvos vulneráveis a ação de marginais. Um dos momentos escolhidos pelos criminosos é quando estamos dirigindo nossos automóveis. Sabemos que a incidência de roubos nos congestionamentos e semáforos é grande, o alto índice de violência nos centros urbanos, tem aumentado a procura por proteção contra a marginalidade. Com isso, um dos equipamentos que está em alta é a blindagem de veículos.
Para aqueles que desejam aumentar sua segurança e têm condições financeiras, a blindagem de carros deixou de ser luxo, tornando-se necessidade para altos executivos, empresários, celebridades, além de despertar o interesse de profissionais liberais como médicos, dentistas, engenheiros, advogados, etc.
           Muitas pessoas se sentem mais seguras, andando em um automóvel blindado, mas se esquecem de procedimentos e atitudes preventivas no dia-a-dia. Um dos exemplos que sempre cito é o sequestro do publicitário Washington Olivetto : "Em dezembro de 2001, ele estava em um carro blindado, sem imaginar que seria sequestrado, por despreparo do motorista em relação a cuidados e medidas preventivas, foi parado por uma falsa blitz da Policia Federal, o carro blindado de nada adiantou, pois ao ser parado, o motorista destravou e abriu a porta do carro, ao invés de se comunicar através do microfone, dispositivo próprio de carro blindado.". Alguns motoristas andam com vidros abertos, com as portas destravadas ou não possuem e não se preocupam em ter atitudes de segurança preventiva. Para estes exemplos e situações a blindagem não adianta nada.
Veja algumas dicas para você que tem ou pretende adquirir um carro blindado:
- Ao blindar seu automóvel, questione a respeito da garantia;
- Verifique o tipo e o nível de blindagem que será utilizado;
- Ao procurar uma empresa de blindagem, siga recomendações de um consultor/especialista em segurança, procure referência de amigos que utilizaram os serviços da empresa, escolha uma que dê maior segurança e garantia e que seja registrada no Exército Brasileiro;
- A melhor opção é blindar automóveis com motor no mínimo 1.8, após o serviço a carro irá ficar mais pesado, exigindo mais do motor;
- Procure ter procedimentos de segurança preventiva;
- Trave sempre as portas de veiculo ao trafegar em trecho urbano. Exceção feita em estrada, pois em caso de acidentes, o socorro será facilitado;
- Verifique o funcionamento do sistema de travas das portas mensalmente;
- Nunca trafegue com os vidros abertos;
- Simule o procedimento de acionamento da sirene em local seguro;
- Atenção ao entrar e sair do veiculo, para que o usuário não seja um alvo vulnerável dos assaltantes;
- Ao abastecer seu automóvel, mantenha a chaves da tampa do tanque de abastecimento separada da chave de ignição. Entregue as chaves ao frentista sem abrir a porta, passe pela janela;
- Faça um curso de direção defensiva e evasiva, ou se tiver motorista particular recomende que o mesmo faça.
Lembre-se : " Um carro blindado é uma ótima medida de segurança, mas não significa 100% de proteção, pois você não está totalmente seguro e não irá ficar 24h dentro dele. "

Siderley Andrade de Lima, é consultor de segurança.

siderleyandrade@yahoo.com.br