sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Segurança pública e o avanço da criminalidade


Segurança pública

 

1.    Introdução
 

Entra governo sai governo e é sempre a mesma história, época de eleições e vários candidatos com propostas para a segurança pública. Enquanto isso a criminalidade cresce, mas então de quem é a culpa?  Não queremos achar o culpado, e sim quem possa mostrar as soluções, mas quem irá apresentar a solução?

            Como base no texto a seguir,  apresento alguns dos problemas relacionados com a segurança pública, o texto foi publicado há oito anos, o interessante é que parece tal atual, tirem suas conclusões.

 

"  O congresso diz que os Governadores precisam exercer sua autoridade para fazer as polícias Militar e Civil trabalharem em parceria. Governadores dizem que a criminalidade cairá se os grandes bandidos forem isolados em prisões mantidas pelo governo Federal. O governo federal diz que não pode administrar prisões porque o congresso não aprova lei nesse sentido. O congresso Nacional diz que o governo Federal não mobiliza sua bancada para tratar do assunto. O governo federal afirma que a responsabilidade maior é dos Governadores,  pois são eles que têm a policia. Os governadores dizem que a policia deles prende, mas a Justiça solta. A Justiça alega que cumpre a lei . O Congresso diz que as leis não atrapalham tanto, o que faz a Justiça lenta é a má administração e a improdutividade. A Justiça diz que não é lenta, o que falta é contratar mais juízes. O governo Federal diz que a Justiça tem funcionários demais e alega que boa parte do seu tempo é gasta refazendo  o trabalho da policia. " Revista Veja, em 30 de janeiro de 2002.

 

O crime tem sido uma doença que acompanha o crescimento nas cidades e se relaciona diretamente com a situação econômica de cada cidadão. Atualmente, os crimes contra a vida e patrimônio tem crescido assustadoramente, é difícil encontrar alguma pessoa que não foi vítima da criminalidade.
 

Partindo  da situação atual é preciso ter consciência de que a violência existe e devemos estar preparado para combatê-la. A segurança é necessária à própria pessoa, família, residência e aos bens patrimoniais.
 

É muito importante saber como agir em situações perigosas e também mais importante ainda é aprender a prevenir de tais situações. Quando comentamos estar preparados para combatê-las não é para reagir a um roubo ou então começar a andar armado. A intenção é de despertar nas pessoas procedimentos preventivos.

 
Procure ter em mente que a violência urbana é uma realidade presente em sua vida 24 horas,   os criminosos estão procurando vítimas potencias todo instante,  24horas por dia pensando em como ganhar dinheiro, como abordar sua vítima, , crimes acontecem a toda hora e estão aí diariamente sendo notícia nas páginas dos jornais e também na televisão, não podemos esquecer que a prevenção é importante e essencial, em outras palavras a prevenção é tão simples quanto necessária.

 

2.    Organização criminosa

 
 As organizações criminosas no Brasil cada dia se tornam mais presentes no nosso dia a dia, não podemos fechar os olhos, o problema é real, as quadrilhas estão cada vez mais especializadas, podemos ver isso no contrabando, o tráfico de drogas, o roubo de cargas, o tráfico de armas, assaltos a bancos, o tráfico e exploração de crianças e mulheres, os jogos ilegais, o furto e receptação de veículos,etc. Os crimes variam de acordo com a necessidade e objetivos.


Infelizmente uma das características que serve de ingrediente nas estruturas criminosas é a corrupção, seja ela através do judiciário ( venda de sentenças), corrupção de policias, patrocínios de campanhas políticas. O crime organizado possui conexões e ligações social, econômica e política, desta forma realização a lavagem de dinheiro tornando suas praticas mais difíceis de combatê-las.


Sabemos que a avanço da criminalidade são os vazios deixados pelo Estado, as facções criminosas prosperam e avançam devido as brechas abertas pela corrupção e pela desproteção policial. Enquanto as policias Civis, Militares e atualmente as Guardas Civis estiverem atuando separadas gerando “rivalidades”, enquanto tivermos políticos interessados somente no seu bem estar e uma sociedade civil achando que não faz parte do problema, o crime se une e torna-se organizado ficando mais fácil sua atuação.

 

3.    Guarda Civil Municipal : Essencial nos municípios 

 

O trabalho desenvolvido pelas Guardas Municipais merece destaque, é sem dúvida uma força auxiliar para manter a segurança de cada cidadão,  as Guardas Municipais de hoje vem desenvolvendo suas atividades de acordo com as necessidades de cada Município, sempre com o objetivo primordial de bem atender aos anseios da sociedade local que consequentemente faz parte do contexto estadual e nacional.

Vários municípios já possuem suas Guardas Municipais, podemos afirmar que isso não é uma medida para ganhar votos, a criação da GCMs também não visa competir com outras instituições no que diz respeito a Segurança Pública. Porém não podemos fechar os olhos para o brilhante  trabalho desenvolvido pelos guardas municipais. A necessidade da população é constante, quando o cidadão precisa de ajuda ele não quer saber se a cor do uniforme é cinza, azul, preto, etc, ele quer sim uma ajuda imediata. Ajuda que muitas vezes é oferecida pelo município através de políticas públicas voltadas a questão da segurança pública.

 Dentro da segurança pública,  temos uma atividade que se destaca algumas vezes positivamente pela sua atuação e na maioria das vezes todos os problemas relacionados com os índices de crimes são apontados como de sua responsabilidade. A atividade policial seja ela exercida pelas policias civis, militares e pelas GCMs é vista na maioria das vezes como um mal necessário, é criticada por muitos e reconhecida por poucos, o erro é duramente criticado, os acertos muitas vezes não são lembrados. Anda lado a lado com o êxito e o fracasso.

 
    3.1  Retrato da segurança pública

 
Recentemente foi realizada uma pesquisa CNI-Ibope - que ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 28 e 31 de julho/2011. A pesquisa  foi apresentada no mês de outubro e fez  um diagnóstico da percepção da população sobre várias questões da segurança pública e sobre temas como pena de morte, redução da maioridade penal, qualidade das instituições, entre outros.

Dentro da segurança pública,  não podemos deixar de falar do foco principal que é o trabalho na atividade policial , na pesquisa A maioria da população brasileira condena a segurança pública: exatos 51% considera a situação da segurança pública "ruim" ou "péssima.

            Algo que chama a atenção é  que as Forças Armadas e a Polícia Federal são as instituições melhor avaliadas pela população, com conceitos de "ótima" e "boa" para 63% (Forças Armadas) e 60% (PF). Em terceiro lugar é apontado as Guardas Civis, é um avanço significativo e sinal de que os municípios estão fazendo a lição investindo nas guardas municipais.

          Independente da pesquisa, não podemos esquecer que a sociedade está adoecida, devido ao crescimento da violência, sendo que,  os problemas da criminalidade  reúne diversos fatores como: psicológicos, sociais, econômicos, políticos e culturais, desestruturação familiar, educação, etc.  A segurança publica é como um remédio, um remédio forte  que muita das vezes se não for aplicado de forma correta pode causar efeitos colaterais, o trabalho policial não faz parte do problema na segurança pública  e sim parte da solução.

 
No combate a violência, depositamos todos os problemas na atividade policial, rara as vezes que houve uma intervenção de suas origens, capaz de desenvolver um trabalho visando o desenvolvimento de uma cidade que melhore condições de segurança para a população.


Em uma sociedade adoecida, devido ao crescimento da violência, no qual os problemas da criminalidade  reúne diversos fatores sendo eles: psicológicos, sociais, econômicos, políticos e culturais,  a atividade policial é como um remédio, um remédio forte  que muita das vezes se não for aplicado de forma correta pode causar efeitos colaterais, o trabalho policial não faz parte do problema na segurança pública  e sim parte da solução.

 
* Siderley Andrade de Lima, GCM de Jandira, exerceu a função de Supervisor responsável pela coordenação de cursos e treinamentos, ex-subcomandante. É consultor de segurança patrimonial, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos livros Manual Básico do Instrutor de Armamento e Tiro e Sobrevivência Policial no Confronto Armado.

Evolução da consultoria em segurança


          O inicio da segurança privada no Brasil teve como marco na legislação  na década de 80, no qual foi publicada a Lei 7.102/83 /. “Dispõe sobre a segurança para os bancos, normas para constituição e funcionamento das empresas de segurança privada”. Com o decorrer dos anos a segurança no país vem evoluindo.

        Com o passar dos anos, entre os serviços existentes na segurança privada encontramos a atividade de consultoria que surgiu com maior ênfase no final da década de 90, até então não existia nenhum curso de formação superior em segurança, os profissionais que existiam em sua grande maioria oriundos das forças armadas ou policia militar. Em muitas empresas o responsável pela segurança era o departamento de RH ou qualquer outra pessoa.

      O cenário nesta época contribuiu para iniciar uma verdadeira corrida e muitos aventureiros entraram no mercado sem ter conhecimentos básicos sobre administração, planejamento estratégico,  implantação de projetos     , etc. Como não existia nenhuma legislação para regulamentar a profissão e também não existia nenhum curso, apareceram muitos pse-profissionais de segurança se apresentando como consultor, com a metodologia do “achismo”, não possuíam conhecimentos técnicos.

     Segundo Nino Meirelles (2009) não podemos esquecer que a maioria dos gestores de segurança empresarial são egressos das Forças Armadas e das forças policiais. Profissionais que, por vários motivos, ingressaram na vida corporativa trazendo consigo as experiências adquiridas nas suas atividades de origem. Experiências importantes, mas que muitas vezes não condizem com a realidade empresarial. O profº Nino ainda afirma que

 

“......faltava uma adaptação do conhecimento adquirido ao meio corporativo. Tal problema fazia com que as medidas de segurança propostas interferissem demasiadamente na produtividade das organizações, ou seja, os gestores não percebiam a empresa como um sistema, nem que a segurança empresarial existe para ajudar no processo corporativo. Assim, ficou claro que os profissionais precisavam de uma formação ampla em gestão, não apenas um curso de extensão ou técnico, mas sim um curso de nível superior e/ou pós-graduação.”

 

      Com as mudanças econômicas, tecnológicas e mudanças constantes nas organizações, no inicio de 2000 começaram a surgir os primeiros cursos de gestão em segurança empresarial, criando assim um perfil do profissional gestor/consultor de segurança empresarial.

      A nova realidade da segurança tem seu foco de atuação no desenvolvimento dos trabalhos voltados ao planejamento estratégico que tem como objetivo identificar os tipos de risco ou ameaças, a probabilidade dessas ameaças se tornarem eventos de perdas empresariais e também o efeito nos ativos ou no empreendimento caso a perda venha acontecer. Esse planejamento em segurança aliado aos recursos humanos, recursos tecnológicos, barreiras físicas, procedimentos organizacionais, sistemas integrados e também a análise de riscos irá proporcionar conforto e qualidade de vida ás pessoas, através da eliminação ou redução dos riscos conforme seja economicamente viável e tecnicamente possível de ser realizado visando à continuidade dos negócios na empresa.  A Segurança Empresarial adstrita ao ambiente de segurança das instalações está passando por diversas transformações devido ao avanço estratégico do crime e constante mudanças no contexto econômico.

Dentro do mercado de segurança privada no Brasil, muitos profissionais procuram cada vez atuarem como consultor de segurança, procuram ser independentes, querem ter autonomia, na segurança empresarial existe um nicho de oportunidades, entre elas está a consultoria.

         A consultoria de segurança é uma análise geral realizada pelo consultor, a partir da estrutura organizacional da empresa estudada, a fim de otimizar seus processos e modelos de gestão, quando necessário.

Entre os serviços de um consultor pode implantar ou oferecer aos seus cliente é a política de segurança que engloba todos os procedimentos adotados pela empresa, o planejamento, as atividades, as normas e as atribuições. Antes de implantar a política, é necessário realizara varias tarefas, entre os procedimentos está a pesquisa de segurança, que tem como objetivo e propósito de :

- Determinar o atual estado da segurança;

- Determinar vulnerabilidades dos recursos corporativos existentes a atividades criminais externas;

- Diagnosticar os pontos fortes, pontos fracos, localizar as fraquezas;

- Determinar condições atuais de segurança física;

- Produzir recomendações que estabeleçam um programa de segurança atual;

- Realizar a analise de riscos;

- implantar projetos de segurança.

O consultor deve ter perfil empreendedor e compromisso com qualidade do trabalho visando ser um profissional de sucesso e reconhecido, outros requisitos como a busca constante por conhecimentos, aperfeiçoamento e qualificação. Ter liderança, autonomia, criatividade, iniciativa, capacidade de análise são algumas das qualidades de um consultor atualmente.

  

* Siderley Andrade de Lima: Consultor de segurança patrimonial, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos livros:  “Manual Básico do Instrutor de Armamento  Tiro”, “ Sobrevivência Policial no Confronto Armado e “ Manual de Segurança Preventiva “.

Inteligência de Ameaças

 por aureomiraglia 
Muitas áreas das empresas tem utilizado o termo “inteligência” para diversas aplicações distintas, e nem sempre trazem o mesmo consenso sobre o que estão fazendo de fato. Todos estão tentando melhorar os resultados dos negócios através da melhoria de processos e do entendimento de novas e melhores práticas, muitas vezes evoluindo e conseguindo apoio da empresa neste caminho. Na área de segurança, talvez uma das maiores conquistas tenha sido a integração de seus recursos em sistemas, mas não podemos menosprezar os métodos mais convencionais apesar das falhas individuais que costumam acontecer, pois são vitais para as operações diárias de segurança. E sendo assim, sempre buscaremos a máxima eficácia dos recursos disponíveis. Neste sentido, o conhecimento de certos dados que tem impacto imediato na defesa e reação da segurança é fundamental nestas ações, que são conhecidas como “inteligência” quando atendem estas necessidades em tempo real. Mas atenção, não podemos confundir estas ações de segurança com “aquisição de inteligência”, que ocorre em tempo real por órgãos de inteligência com grandes recursos tecnológicos. Na verdade o aumento da eficácia dos sistemas, que sabemos ser quase sempre sobrecarregados, ocorre pela correta identificação das ameaças e o entendimento de suas consequências. A esta necessidade chamamos de Inteligência de Ameaças, que são conhecimentos e ações específicas para tornarem mais seguros os dispositivos empregados na proteção dos ativos da empresa. As equipes de segurança são preparadas para proteger a empresa em certo grau, tendo em mente ações comuns de criminosos, mesmo que estes criminosos não tenham nada de comum, mas desconhecendo completamente a profundidade de danos se certas ameaças se concretizarem contra o negócio em questão. Fica muito difícil exigir do pessoal envolvido na segurança a correta atuação em quaisquer circunstâncias se suas avaliações de perigo obrigatoriamente são realizadas de forma superficial e/ou subjetiva por falta de informação concreta. Todas as medidas de controles automatizados ou não, visam gerar este tipo de conhecimento, mas infelizmente, na maioria dos casos não ocorre em tempo real ou geram o nível de criticidade correto na avaliação de danos, pois também por sua vez, não entendem o evento final pela cascata de crises que podem gerar. Costumo indicar “Matriz de Apoio à Decisão” para melhorar a assertividade na tomada de decisões e diminuir ao máximo os erros por “achismos” e empurra-empurra de quem quer que seja. Contudo, não é possível prevermos todas as possibilidades e variações nestas matrizes, o que nos induz ao preparo dos envolvidos nas operações de segurança e do alinhamento destes com o pessoal de apoio. Quando uma avaliação de riscos é realizada em uma empresa, muitas ameaças são detectadas e algumas soluções são apontadas, exigindo tempo, dedicação e recursos financeiros para que sejam implantadas. Contudo, independentemente dos prazos serem adequados ou muito longos para as implantações, quase sempre as estratégias que delinearam as soluções escolhidas acabam sendo atingidas por erros de posturas administrativas, que terminam por enfraquecer todo o sistema de segurança em razão de suas distorções. Se há posturas corretas, um amadurecimento favorável do sistema como um todo ocorrerá, gerando conhecimento e preparo para que a Inteligência de Ameaças tome forma. A inteligência adquirida deverá ser transferida para ações reais, que pode ser usada tanto para lançar uma estratégica preventiva ou preparar uma ação defensiva. Isto se dá pela coleta e análise de dados referentes às ocorrências de seguranças, falhas de sistemas de controle, erros operacionais repetitivos, conhecimento de ameaças diretas e indiretas no ambiente interno e externo, acompanhamento do clima moral interno, identificação de fragilidades e conexões negativas oriundas da situação como um todo. A proximidade entre as lideranças do negócio e o gestor de segurança empresarial torna a Inteligência de Ameaças possível e atuante de forma realística, oferecendo uma ferramenta confiável de gestão de risco e diminuição de perdas. A Inteligência de Ameaças não pode ser contaminada e enfraquecida pelo descrédito que possa ocorrer pelos céticos quando uma ameaça é concretizada em qualquer nível que seja. Ao contrário, deve servir de aprendizado e fortalecer o propósito de melhoria constante.
 
Fonte:http://aureomiraglia.wordpress.com/